domingo, 23 de outubro de 2011













TRANSEGUN, já em sua estréia, foi um grande êxito de crítica e de público em Porto Alegre. Há alguns anos a Cidade não tinha uma temporada que mobilizasse um público tão diversificado, do ponto de vista racial para o teatro. Não só pela temática, que desperta bastante interesse, mas sobretudo, pela qualidade do espetáculo que despertou a atenção, tendo seu último final de semana platéia lotada.
Esta foi a primeira montagem desenvolvida pelo Grupo Caixa-Preta dentro do projeto de resgate da obra dramatúrgica de autores negros. A encenação da obra de Cuti visa à expressão do artista negro: autor, ator e diretor. Busca a obra de arte como espaço de reflexão e não como retrato de um gueto, isolado, à parte do contexto geral da sociedade.
O Grupo Caixa-Preta retoma, tentando resgatar e aprofundar, uma proposta de teatro realizado e identificado com afro-descendentes, da qual um exemplo foi o TEM, Teatro Experimental do Negro, liderado por Abdias do Nascimento (Rio de Janeiro). O Caixa-Preta busca um teatro comprometido e ao mesmo tempo moderno, intenso e poético.
Esta experiência busca mostrar o talento e resgatar uma dívida histórica que o teatro, bem como as demais formas de expressão artística e de comunicação, têm com o negro: o compromisso de representá-lo em todas suas dimensões.
Transegun é um diálogo com a questão da negritude por meio de uma estética que retoma elementos da cultura negra na encenação de um drama consciente. É um canto de luta, cheio de poesia, gozo e dor.

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